sábado, 23 de janeiro de 2010

(O.K.)


Hoje, como tantas outras vezes, aqui estou eu. Sentada no meu canto, escrevo, lembro e relembro aquilo que me faz infeliz. O percurso da vida é como mergulhar num poço sem fundo, deixando-nos levar por tudo aquilo que nos faz descer. (...) só de tentar que ouçam o som da minha voz, que abafado pelos vossos olhares e expressões, deixa de existir. Mas a voz predominará, e o que sai de mim voltará a mim de alguma forma. Entretanto (...) tento apagar. Mas estou presa e não tenho capacidade de soprar com mais força, e a chama da vela que me queima, horroriza e me destrói, continua cada vez mais acesa. Tornando-me prisioneira de um Inferno tão único, que nem as suas próprias chamas conseguem consumir. E agora, chove lá fora, a fogueira está cá dentro. Sinto cada pedaço meu desfazer-se, e em pouco tempo o meu corpo desaparecerá, e será como se nunca tivesse existido. Mas quer queiram quer não, a minha mente e alma permanecerão intactas e únicas, acreditando e lutando por aquilo que são e não por aquilo que vocês queriam que fossem. Porque eu sou eu, não sou mais ninguém.



(20.Outubro.2009)

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